domingo, 27 de março de 2011

Pareceu um filme...

Mas foi real.


Ontem, passamos a tarde com o Super-Homem no quarto da Nessa e, a cada hora ela dava uma seringa de água e algo para alimentá-lo, papinha, toda vez que a Nessa necessitava beber algo ou comer, me chamava e eu ficava com ele, as irmãs e a mãe o estavam rejeitando, rosnavam para ele, sim, gato rosna, sim.  

De noite, ela me chamou, mais uma vez, subi e, enquanto ficava ao lado dele, abri uma tela do computador, nisso, Super engasgou, algo normal em gatos, fiquei olhando para ele, engasgou de novo, fiquei paralisada olhando o Super e, de novo engasgou, só que a cada engasgada, sua boca abria mais, idiota e viada que sou nestas horas, fiquei em pânico e, comecei a chamar o meu filho, ouvi que ele desceu para a sala pensando que eu estava lá, gritei mais alto ainda que estava no quarto da Nessa, ele subiu correndo e, até se assustou com a engagada do Super-Homem, a Nessa que sentiu pelo meu tom de voz o meu desespero, subiu também e disse, calma mãe, é só pegá-lo no colo para ajudá-lo, Super- Homem, se aconchegou na Nessa e, suspirou.

Vanessa, minha filha amada, o recolocou na toalha e, vimos a cabeça do Super tombar, na mesma hora pensei:  morreu, nunca vi ninguém morrer, já sofri com muitas perdas, inclusive dolorosas demais, mesmo assim não falei nada e só olhei, Nessa e, meu filho falaram juntos, ele morreu, meu filho falou: não, ele está respirando, mas eram espasmos.


Sou sim uma debilóide, fico baratinada, mas sou solucionadora, posso não ter jeito algum em saber como ajudar a quem está sofrendo, porém no mesmo instante procuro me recuperar para agir, desci e liguei para a empresa que crema os animais, já tinha separado um registro antigo para ligar, porque era visível que o Super não iria conseguir sobreviver.


Hoje, vieram buscá-lo, ele estava embrulhado numa toalha infantil, todos os nossos animais foram embora embrulhados igual, dentro de uma caixa de plástico porque temíamos que as irmãs tentassem algo contra ele.


Super-Homem  mostrou que estava doente há 3 dias atrás, no mesmo dia procuramos ajuda, veterinário nem sempre é ágil no diagnóstico, assim como os médicos e, meio que tateiam em busca da solução, mas não nos iludimos porque a veterinária especialista não camuflou a situação e, a morte do Super-Homem foi rápida, sem muita dor.


Super será sempre lembrado por nós, suas histórias serão relembradas como as histórias dos nossos outros animais que se foram, porém, a leveza de sua morte, abraçado àquela que ele amava incondicionalmente e, que era amado por ela da mesma forma, será inesquecível, abrandou a nossa dor.