domingo, 1 de abril de 2012

Continuando...

Pode até parecer chato eu ficar aqui lembrando dos meus animaizinhos, ontem pensei porque puxar pela memória que tenho deles, será que lembrarei o nome de cada um, incrível é que lembrei, mesmo que eu tenha um defeito muito feio, esqueço o nome das pessoas, já encontrei colegas que lembravam o meu nome inteiro porque era assim na chamada e olha que meu nome é enorme e eu ficava com cara de "tacho" por lembrar a pessoa, mas não conseguir lembrar o seu nome, é terrível isso, em compensação decoro o telefone das pessoas rapidinho, ehehehhe.


Enfim, vou continuar, porque não deixa de ser minha história, minhas reminiscências e, no mínimo, ficará gravado para os meus filhos.  


Sei que muitos que passam por aqui tiveram as mesmas experiências, então vamos ver se vocês se lembram da época que os Beatles estouraram no Brasil com os filmes: "A hard days night" e "Help", este foi uma loucura, juntava um bando de meninas ensandecidas vendo o mesmo filme a tarde inteira, igual as fãs que gritam pelo Luan Santana, vi Help 63 vezes, juro e A hard days night 56, isso porque, naquela época, você não tinha que sair do cinema após a sessão, chegávamos na primeira e saíamos na última antes da sessão da noite, sabia de cor cada gesto deles, eu era fã do Lennon.  
Conheci meninas incríveis e, fiquei amiga de uma menina que morava em Niterói que vinha e ficava na casa de uma tia em Copacabana só para poder ver o filme.  Um dia, não lembro o porque, tive que levá-la para a casa de sua tia e, assim que descemos do ônibus vi um cachorro arrastando uma corrente de ferro, pensei: "que maldade" e tirei a corrente e a deixei no prédio, ao sair olhei para um lado e para o outro porque o cachorro estava me seguindo, já tinha em casa o batalhão de bichinhos que contei no outro post e a Tutuca que era uma mini fera, não deu outra, lá veio ele atrás de mim, fiz sinal para o ônibus e, o cachorro pulou no meu colo, ah!, não dava para abandoná-lo depois disso, peguei um táxi, que naquela época chiavam de transportar animais mas o motorista me entendeu e o levei para casa, na hora minha mãe ficou em pânico, prometi arrumar com um grande amigo meu que amava e tinha muitos cachorros um lar para ele, dei o nome de Totoca.


Totoca - meu companheiro de toda a minha juventude, um cachorro incrível, morreu pelos cálculos do veterinário que primeiro o atendeu com mais de 20 anos, só comigo viveu 19, ó eu aqui me emocionando em lembrar o quanto ele sofreu antes de eu o achar, porque tinham jogado óleo quente nele e nunca mais nasceu pêlo no lugar e, seu antigo dono apagava cigarro em sua barriga, muitas marcas e feridas. 
No dia seguinte que eu o peguei, acordei com ele arranhando a porta da sala para sair, naquela época, não haviam grades e os prédios não ficavam trancados, deixei ele sair e, logo depois ele voltou, achei um barato porque a Tutuca sujava tudo enquanto ele saia sozinho e voltava.  Até 1976, mais ou menos, ele ia sozinho, fazia as necessidades, transava com as fêmeas no cio (vi muitos dos seus filhos, eheheheh) e voltava para casa, depois passaram a derrubar casas e construir muitos prédios e, o movimento de carros aumentou, tinha medo que ele atravessasse as ruas e acabasse atropelado, passei a usar coleira e levá-lo para passear. 


Depois que casei, meu ex marido começou a ladainha que ele nunca tinha tido um cachorro dele, queria porque queria um, eu não queria ter por uns tempos, porque sempre fui muito responsável com os meus, por exemplo, virada de ano não saia antes da 1 da manhã por causa dos fogos, detalhe, não era nem 1/3 do que é hoje em dia; domingo ficava com eles, só viajava se minha mãe não viajasse e, por aí a fora.  Acabei que concordei em ter, fomos na fazenda de um amigo que tinha um catatau de pointers, me apaixonei pelo mais alegre, mas não o quis porque achei que seria cruel prendê-lo num apartamento, tanto meu ex insistiu que o dono nos deu ele, Mengo (óbvio), tentei não me apaixonar, mas..... se tornou o meu filho.


Mengo - o meu companheiro desta e de outras vidas, se elas houverem, foi o meu filho.  Batalhava para engravidar e jogava em cima dele todas as minha carências, não viajava sem ele, se fosse visitar alguém a pessoa sabia que o Mengo estaria comigo, detalhe era um pointer enorme, andava comigo sem coleira porque um dia me deu um puxão e deslocou meu ombro e, foi o cachorro mais alegre e feliz que conheci.  Quando enfim consegui ter a minha filha, Mengo deitava junto dela, foi seu amigo desde que ela nasceu, ela não engatinhou, minha filha saiu andando com 8 meses e com ele ao lado protegendo-a.


Bom, por hoje é só, fico muito emotiva ao lembrar deles e é um exercício de palavras que mexem com o meu emocional muito brabo e, é realmente, muiiiito difícil lembrar deles sem sentir uma infinita saudade.