terça-feira, 13 de maio de 2008

Justiça nega habeas corpus...

Desde o dia 29/03/2008 tenho me sentindo muito triste com o assassinato brutal e abominável da menina Isabella, cheguei mesmo a me ausentar da net porque não havia como "brincar" e rir diante da torpeza do fato e, passei a acompanhar de forma dedicada o desenrolar, passei até a assistir mais a tv.

Não vibrei com as prisões porque temia que mais uma vez neste país falasse mais alto o "poder".

Chorei e muito durante a entrevista da mãe de Isabella no Fantástico, que não assisto, mas que quando soube que haveria me propus assistir, foi pura emoção, a cada lágrima que dela, me debulhei em lágrimas junto, sou mãe, sou mãe tardia que lutou anos para ter meus filhos e, antes de conseguir tê-los, chorava diante de cada ato que via negativo contra uma criança, como mãe, agiria de forma totalmente diferente da mãe Ana, talvez por temperamento e quem sabe até por idade, mas me admirei com o fato dela resistir heroicamente em não chorar logo após o assassinato da sua filha Isabella, atribui ao fato de ser religiosa e por saber que não devemos chorar imediatamente após a morte para que o espírito siga em paz em sua nova jornada, fiz isso após a morte de minha mãe, foi extremamente difícil, mas por desejar que ela não ficasse presa a terra assistindo ao meu sofrimento, por amor a ela resisti, assim como imagino que a mãe Ana o fez e, como com certeza o espírito de Isabella está em outro plano a mãe enfim se liberou e se permitiu chorar.

Gostei que ela fosse a tv expor sua opinião e seu sofrimento, o fez no momento exato, infelizmente, não posso dizer o mesmo com relação a família do pai de Isabella, ontem mudando de canal vi que o avô, o mesmo que ontem saiu falando mal da Ana (mãe de Isabella) para todos os jornais, estava no tal SuperPop, uma porcaria de programa que vive das desgraças alheias, que vive de mostrar escândalos, que se alimenta do espetáculo mais sujo e mesmo cruel dos ditos famosos ou que precisam desesperadamente se expor na mídia, não há a menor credibilidade no tal programa e muito menos com a Gimenez, que nem vou comentar porque não a conheço, não quero saber ou conhecer, mas me chocou o fato da tal apresentadora abrir espaço para o avô cruel que tudo que fez até agora foi atrapalhar as investigações e defender com "unha e dentes" seu filho que, infelizmente, as provas comprovam ser o criminoso, melhor, um dos. O tal que não cumpriu o seu principal papel deveria ter sido o protetor da menina Isabella, sua filha, é seu papel em vida, assim como é do seu pai, que está usando de todos os meios para tentar limpar a imagem de seu filho, mesmo que talvez no seu âmago, sinta ser uma luta inglória. Enfim, ontem nem me assisti ao tal programa, me recuso dar audiência a isso, sei que a rede tv deve tá se achando o máximo em jornalismo porque mostrou o outro lado da estória, só se esqueceu que mostrou o lado do avô, que não demonstrou em momento algum sofrer pela neta perdida e que não viveu "na carne" a morte da menina Isabella, seria admirável se eles mostrassem a verdade dita pelos acusados, aí eu assistiria, assim como fiz vendo a mãe na tv.

Ia só fazer um breve comentário para poder colocar a notícia que muito me aliviou, sobre a atitude do Juiz em negar - enfim - o habeas corpus, mas acabou saindo este texto enorme como uma forma de colocar um pouco para fora a dor que senti e sei continuarei a sentir, não só pela Isabella, mas por tantas outras crianças indefesas chacinadas, estupradas, usadas e agredidas por aqueles que deveriam guardar, alimentar, cuidar e amar.

A justiça parece ter ouvido que- "voz do povo é a voz de Deus".


O Tribunal de Justiça de São Paulo negou nesta terça-feira (13) o habeas corpus em favor de Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Jatobá, 24, e o casal acusado de matar a menina Isabella seguirá preso. Nardoni está no 13º DP, na Casa Verde, e Jatobá foi encaminhada para a penitenciária de Tremembé (147 km de São Paulo) após protesto de presas em São Paulo.
o desembargador salientou que o fato de o casal ter sido acusado pelos laudos policiais e também pelo promotor público de ter alterado a cena do crime foi um requisito considerado grave e foi fundamental para a decisão de mantê-los presos.
A menina Isabella morreu no último dia 29 de março depois de ser jogada pela janela do apartamento do casal, no sexto andar de um prédio na zona norte de São Paulo.
O casal tornou-se réu por homicídio triplamente qualificado e teve a prisão preventiva decretada na última quarta-feira (7) pelo juiz Maurício Fossen, da 2ª Vara do Júri do Fórum de Santana, assim que a Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público. A defesa de Nardoni e Jatobá entrou com o pedido de habeas corpus dois dias depois alegando que o juiz tomou uma decisão "emocional".
Ao decidir pela prisão, Fossen mencionou que os acusados "se tratam de pessoas desprovidas de sensibilidade moral e sem um mínimo de compaixão humana". O juiz disse que a prisão "se mostra necessária para garantia da ordem pública" e que "queiramos ou não, o crime imputado aos acusados acabou chamando a atenção e prendendo o interesse da opinião pública".
A Justiça já marcou o interrogatório dos réus para o próximo dia 28 de maio no Fórum de Santana. Depois, o juiz deve ouvir testemunhas de acusação e defesa e as partes apresentam suas alegações finais no processo. Na seqüência, o juiz decide se o casal será submetido a júri popular. "Minha esperança é que eles permaneçam presos e logo seja realizado um júri popular", afirmou o promotor do caso, Francisco Cembranelli, no dia da prisão preventiva.
UOL